Acessibilidade digital: Como criar conteúdos e construir sites inclusivos

Acessibilidade digital já é uma realidade nos tempos de alta conectividade, onde as empresas marcam presença, massivamente, nas diversas plataformas online.

A acessibilidade é um conceito incluído na lista de direitos humanos pela Organização das Nações Unidas.

E essa temática se mostra relevante considerando que dados do IBGE e MDHC apontam que o Brasil tem uma população de 18,6 milhões de pessoas com deficiência.

No mundo todo esse número é de 1 bilhão de pessoas de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU). 

Nesse artigo vamos falar sobre o conceito de acessibilidade digital, sua importância e o que as empresas/marcas e os produtores de conteúdo podem fazer para criar um conteúdo mais inclusivo ao alcance de cada vez mais pessoas.

Acessibilidade Digital: O que é?

Quando se fala em acessibilidade o que vem na cabeça da maioria das pessoas são as rampas, elevadores, portas e corredores largos que são pensados para pessoas com mobilidade reduzida, e sinalizações em braile e sonoras para pessoas cegas.

 Enquanto as barreiras arquitetônicas dos espaços físicos já vêm sendo derrubadas há um tempo, as digitais ainda estão muito presentes. 

Pensar em acessibilidade digital é atuar para eliminar essas barreiras para que as pessoas com deficiência possam navegar e interagir na web sem dificuldades e consigam ter acesso a um conteúdo (em texto, áudio ou vídeo), com a possibilidade de compreendê-lo plenamente. 

Trata-se de empregar recursos, tecnologias e estratégias que auxiliem as pessoas com algum tipo de deficiência ou limitação, seja ela física, auditiva ou visual, a navegarem pelo ambiente digital.

E mais! É democratizar o acesso independente também das capacidades de percepção, culturais e sociais.

Alguns exemplos simples são as legendas nos vídeos, a descrição para cego ver e muitas outras formas de inclusão que citaremos ao longo do texto.

Acessibilidade Digital: o panorama brasileiro

A acessibilidade digital é um direito no Brasil desde julho de 2015. A Lei nº 13.146, Lei Brasileira de Inclusão, em seu artigo 63 estabelece que sites, independentes de serem de órgãos públicos ou privados, devem estar acessíveis para as pessoas com deficiência.

No entanto, mesmo com uma legislação em vigor, muitas empresas não a cumprem. 

Estudo realizado pela BigDataCorp, junto com o Movimento Web para todos, apontou que menos de 1% de 21 milhões de páginas do País, incluindo portais de notícias, blogs, e-commerces, são consideradas acessíveis por pessoas com alguma deficiência. 

Podemos dizer que esse cenário não sofre alterações significativas, primeiramente pela falta de conhecimento das empresas sobre a lei. O que não é justificativa para o erro. 

Então, as estratégias de marketing digital, em sua maioria, são idealizadas e implementadas por profissionais que se baseiam apenas em sua realidade, sem limitações, e não se atentam para as necessidades que outros indivíduos possam ter. 

Essa postura precisa mudar. Até por que, acessibilidade e inclusão, além de serem obrigações legais e éticas, também são oportunidades de fazer o negócio crescer, já que significa aumentar a audiência, melhorar a reputação da marca e ganhar em vendas.  

Lembrando que essa preocupação vale para a estrutura de sites, como também para os conteúdos nas redes sociais como Instagram, Tiktok, X, LinkedIn e Youtube. 

Na prática, como tornar uma página ou conteúdo mais acessível?

1. Saiba aplicar as diretrizes de acessibilidade;
2. Leve em conta as tecnologias assistivas quando for criar um conteúdo. Isso por que pessoas cegas, por exemplo, utilizam softwares leitores de tela para navegar na internet. Já as pessoas tetraplégicas precisam usar a boca, os olhos ou comando de voz. 
3. Garanta que os textos e elementos de interface tenham um contraste suficiente para facilitar leitura;
4. Atenção para a formatação do texto (fontes, alinhamento, links acessíveis, distribuição das informações)
5. Produza conteúdo em diferentes formatos (texto, vídeo e áudio)
6. Adicione textos alternativos e descrições a imagens. 
7. Certifique-se de que seu site possa ser navegado apenas com o uso do teclado, beneficiando quem não pode usar o mouse;
8. Utilize etiquetas e títulos descritivos para ajudar na navegação e compreensão do conteúdo;
9. Disponibilize legendas e transcrições em áudio e vídeos, atendendo as necessidades dos usuários com deficiência auditiva;
10. Além de investir nos aspectos técnicos, aposte em um conteúdo que considere a diversidade sócio cultural.

Leia também: 6 estratégias para melhorar a visibilidade do seu site

Conclusão

O ambiente da web e as plataformas digitais estão presentes no cotidiano da maioria das pessoas, seja para trabalhar, assistir um filme, se informar sobre os acontecimentos da atualidade ou até interagir com alguém que não mora na mesma cidade.

Como muitos dizem, o smartphone já é praticamente uma extensão do nosso corpo e não conseguimos mais vislumbrar a vida sem ele. Por isso, derrubar os obstáculos ainda existentes é imprescindível. 

Trata-se de uma questão de responsabilidade social, empatia, obrigação ética além de ser uma possibilidade de crescimento para própria empresa, atingindo novos potenciais clientes.

A acessibilidade melhora a experiência do usuário. Outro ponto positivo que podemos destacar: sites acessíveis obtêm melhor ranqueamento nos mecanismos de pesquisas (SERPs).

Esse trabalho deve contar com a dedicação de todos, sejam gestores, estrategistas de marketing digital, social media e criadores de conteúdo.

Você chegou até o fim desse artigo e agora já sabe um pouco mais sobre acessibilidade digital e sua importância.

Que tal começar a implementar as orientações práticas que relacionamos acima?

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